segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Cobogós: cores, modelos e novos usos do elemento vazado!

E aí, pessoal?! Semana começa bem, não é?!

Esta semana o assunto do blog está bem interessante!  Vou falar sobre os cobogós, aqueles elementos vazados - que podem ser em cerâmica, vidro ou cimento - que foram bastante utilizados na arquitetura modernista brasileira, que teve o seu auge nas décadas de 40 e 50, e atualmente vem ganhando importância em obras de arquitetos contemporâneos. 

O nome cobogó deste elemento é um resultado da soma das iniciais do sobrenome de seus inventores (Coimbra, Boeckman e Góis), que inicialmente o produziram no cimento. Sua origem vem do conceitos dos antigos muxarabins, as tramas vazadas de madeira utilizadas na arquitetura árabe e também presentes na arquitetura colonial brasileira.

Para o clima do nosso país, a utilização do cobogó é uma boa opção, pois permitem a iluminação e ventilação dos espaços internos, controlando a passagem de luz e barrando ventos excessivos. Além disto, conferem visibilidade para o exterior da edificação ao mesmo tempo que conferem privacidade a ambientes muito abertos. 

Sua utilização nas fachadas criam movimentos e desenhos bem interessantes. No entanto, hoje em dia, existe certo preconceito em sua utilização, pois, com o passar do tempo, os cobogós "deixaram de embelezar as fachadas e migraram para espaços menos nobres, quando passaram a ser usados como divisórias de áreas de serviço, perdendo todo o glamour inicial."* 

Atualmente, existem vários modelos novos e com lindos desenhos para estas peças. Confiram abaixo algumas imagens selecionadas da matéria da revista Arquitetura & Construção*. Aposto que farei com que vocês percam o preconceito contra os cobogós e ficarão morrendo de vontade de ter uma destas lindas peças enfeitando seus espaços!


Cobogó modelo folha, da Cerâmica Martins, aplicado na Lanchonete da Cidade, São Paulo, com uma arquitetura inspirada nos anos 50. Projeto das arquitetas Carla Caffé e Carol Tonetti.
Painel de cobogós pretos, feito sob encomenda pela Cerâmica Madri, para a loja Dbox, em São Paulo.  Projeto do arquiteto Felipe Protti.
Cobogós com trama de palhinha, fabricado pela Neo-Rex, são usados pelo arquiteto Cícero Ferraz da Cruz, unindo dois elementos bem brasileiros.
Painel de cobogós amarelos com bastante movimento (Elemento V) separam a área de serviço de um apartamento dando um grande charme a esta área. Projeto da arquiteta Renata Pedrosa.
Painel de cobogós com desenhos de bolinhas separa a cozinha da área de serviço no apartamento da arquiteta Jovita Torranp. Cobogós da Elemento V.
1. Modelo Veneziana em cimento (30 x 30 x 7 cm) da Facital. R$4,60 cada peça.  2. Peça em cimento da São Francisco Pré-Moldados (40 x 40 x 6 cm) com desenho de flor vazada. R$18,00 a unidade. 3. Modelo Flor da Cerâmica Martins (18 x 18 x 8 cm) de porcelana esmaltada. R$12,00 cada uma.

1. De cerâmica esmaltada, esta peça (18 x 18 x 7 cm) está disponível em cinco cores, além do azul-céu. Na TelhaNorte, R$9,10 cada uma. 2. Modelo Flor de cerâmica (18 x 18 x 7 cm) à venda na Leroy Merlin, sai a R$1,59 a unidade. 3. Criação do arquiteto Felipe Protti, este cobogó (22 x 22 x 9,5 cm) é feito de alumínio fundido. As peças têm encaixe macho-fêmea. R$440,00 cada uma, na Dbox.

Uma boa semana a todos!!!


* Matéria: Cobogós fashion: cores, modelos e novos usos do elemento vazado. Site Casa Abril. Disponível em: .

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Projeto Sala de Estar e Jantar_bairro Paquetá

Esta semana postarei aqui para vocês um projeto, que foi elaborado no final do ano passado, para uma cliente que tenho no bairro Paquetá, que desta vez me chamou para fazer a ambientação de sua Sala de Estar e Jantar. É um apartamento com cobertura que mora uma família de quatro pessoas, sendo o casal  e dois filhos adultos.

Eles me solicitaram uma sala que servisse de jantar e estar, mas que também funcionasse como um home theater, enquanto eles não reformam a cobertura que, futuramente, abrigará uma sala equipada com aparelhos de home.

Planta das salas com o layout proposto.
De acordo com o que foi solicitado e também com as dimensões e formato de sua sala, foi proposto a eles a distribuição dos mobiliários conforme ilustra no projeto de layout acima. Logo ao lado da porta de entrada do apartamento foi posicionada a mesa de jantar ,-que a cliente já possui- numa área estratégica pois fica bem em frente à cozinha - na qual a entrada é este vão à direita da parede curva - e libera mais espaço para a sala de estar.

A melhor posição para a colocação do móvel com o televisor foi na parede curva, pois possibilitou colocarmos  mais lugares de assentos em sua frente, além de favorecer a circulação no centro da sala e integrar-se melhor com a área de jantar. O uso de duas mesas de apoio laterais ao sofá também liberou o centro da sala para circulação, pois se trata de um ambiente relativamente pequeno. Um grande tapete felpudo tem a função de delimitar esta área de estar, além de trazer mais aconchego à mesma.


Como a cliente não queria rebaixar o teto, trabalhamos a iluminação de uma forma mais alternativa. No teto colocamos duas luminárias de sobrepor bem modernas e discretas nos pontos existentes. Um abajur de design foi colocado numa das mesas laterais, enquanto que na mesa de jantar trabalhamos com um painel de laca bege na parede - no qual passaremos as fiações - com uma luminária de parede articulada fixo ao mesmo, que servirá como um pendente.

Para a valorização da parede curva será realizado um painel de madeira freijó seguindo-a e com iluminação de LEDs embutida, proporcionando uma luz indireta. Imagine você assistindo a um filminho nesta sala com todas as luzes apagadas e apenas esta iluminação de penumbra acessa...

Para ampliar visualmente este ambiente, trabalhamos com móveis claros e formas mais limpas, que também permitem abusarmos mais nas cores dos adornos e são peças atemporais. As mesas de vidro trazem leveza ao espaço enquanto a poltrona estampada proporciona mais "vida" e se torna uma peça de destaque.

Optamos por um modelo de sofá retrátil para servir às duas funções da sala - estar e home theater - e escolhemos o linho para revestí-lo, um tecido mais nobre e leve. A parede atrás do sofá pintada em azul escuro acizentado contrasta com o sofá e cortina claros, valorizando-os e dando um toque de cor sofisticado ao espaço. 

Como equipamentos de home, utilizaremos um televisor de 42' embutido no painel e um equipamento da Philips que tem todas as funções em um só aparelho, eliminando um monte de equipamentos nesta sala que tem como função primordial o estar.

Bom, o pessoal ficou satisfeito com o projeto... e vocês? Espero que sim!!!
Até o nosso próximo encontro!!!


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Como Ampliar Pequenos Espaços!

Bom, pessoal, continuando o assunto do post anterior sobre como alterar as sensações nos ambientes, nesta semana darei algumas dicas de como ampliar visualmente pequenos espaços internos. Estas dicas são bem interessantes, uma vez que a maioria das pessoas têm dificuldade em como aproveitar corretamente estes espaços e também por estarmos em uma época em que os apartamentos estão ficando cada vez menores.

A primeira dica - que não precisa de nenhum recurso finaceiro, apenas de sua persistência - é manter o ambiente bem organizado, sem bagunças e coisas fora de lugar! A sensação de limpeza e de pouca informação visual sempre são capazes de ampliarem visualmente um espaço!

A segunda dica é pintar as paredes deste locais com cores mais claras e uniformes, que proporcionam amplitude visual e sensação de maior profundidade ao espaço, além de trazerem mais claridade. Quando houverem cortinas, escolher modelos com cores iguais ou próximas às paredes, para se "misturarem" visualmente àquelas e dar uma continuidade visual. Se for colocar quadros, estes deverão ter molduras mais delicadas e de cores também próximas às paredes, para não dar a sensação de muito peso.

Os pisos também poderão ser claros, com placas maiores e deve-se utilizar o mesmo piso nos ambientes de um mesmo setor ou até mesmo em toda a residência. Uniformizar os pisos dá uma continuidade visual, ampliando os espaços.

A iluminação deverá ser bem planejada, sendo mais uniforme, sem sombras, promovendo a claridade de cantos e paredes para gerar sensação de profundidade.

Ambiente organizado, com paredes claras e cortinas leves da mesma cor, móveis claros, tapete e quadros discretos e uma iluminação uniforme ampliam visualmente este espaço, além de torná-lo refrescante.
A utilização de um mesmo piso em toda a residência proporcionam a sensação de ampliar o espaço, por lhe dar continuidade visual.
Dê preferência a móveis mais claros - apenas alguns detalhes poderão ser mais escuros - e com um design mais "clean", sem muitos detalhes. Quanto menos divisões em sofás e estantes melhor. O uso de vidros e espelhos nos mobiliários e revestimentos também são sempre bem-vindos! O vidro é bem leve e proporciona sensação de profundidade devido à sua transparência, enquanto o espelho garante maior profundidade e claridade ao espaço devido à suas reflexões.

Uma dica para aproveitar o espaço, é utilizá-lo verticalmente, realizando estantes, prateleiras e armários altos, com pouca profundidade e, claro, com cores claras e formas discretas. Outra dica é usar móveis versáteis e multiuso para diminuir a quantidade de peças no espaço.

Sala de estar com cores claras nas paredes e mobiliários além de tornar o espaço mais leve também o ampliam visualmente por fugir do excesso de informação.
O uso de espelhos ampliam a sensação de profundidade do espaço, além de garantir maior luminosidade.
Dê preferência a estampas mais delicadas e com padrões menores. Estampas muito grandes se tornam agressivas, além de causarem uma confusão visual e excesso de informação.

Estampas mais delicadas e suaves não "poluem" visualmente o espaço.
Por fim, a elaboração de um layout correto, com a utilização de móveis com dimensões apropriadas ao espaço e deixando áreas de circulação, além de garantirem a funcionalidade ao espaço, proporcionam um equilíbrio visual ao mesmo.

Estas são apenas algumas dicas para quem pretende ampliar visualmente sua residência ou estabelecimento comercial. Obviamente, dependendo do que se pretende transmitir naquele local e em algumas propostas mais conceituais o uso de cores mais fortes, mobiliários mais elaborados, iluminação trabalhada com penumbras e estampas mais chamativas poderão gerar propostas bastantes interessantes e diferenciadas. Para isto, é necessário um bom senso estético de composição e seguir fielmente sua proposta!

Gostaram das dicas?!
Um grande abraço a todos e nos vemos no próximo post!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Aprendendo a criar novas sensações nos ambientes!!!

Olá, pessoal, como anda 2011??

Hoje vamos falar sobre algumas táticas no uso das cores em espaços internos para diminuir, aumentar ou alterar certas sensações que se tem nos mesmos. Elas são bastantes interessantes:


1. Diminuindo ou aumentando o pé-direito (altura dos ambientes)

Para "elevar" o teto em um espaço, ou seja, para que o mesmo pareça mais alto, basta aplicarmos cores mais escuras nas paredes e mais claro no teto, de preferência a cor branca, que também ajuda a trazer mais luminosidade ao ambiente. Já, se nossa intenção é rebaixar o teto, faremos o inverso, aplicando cores mais claras nas paredes e no teto uma cor mais escura ou lambris de madeira.

Sensação de maior pé-direito com tetos claros e paredes mais escuras.
Sensação de teto mais rebaixado com cores escuras e paredes mais claras.

2. Alongar ou encurtar os ambientes
Para encurtar um ambiente aplique tons escuros nas paredes menores. Por exemplo, se tivermos em um corredor, pintaríamos as paredes laterais (que são compridas) de um tom claro e as paredes do início e final do corredor em tom mais escuro. Se quisermos alongar um espaço, o ideal é aplicarmos cores mais escuras em duas paredes opostas. Esta última técnica é ideal para espaços quadrados.

Ambiente encurtado devido à coloração mais escura da parede.
Ambiente com planta quadrada alongado devido as paredes opostas serem pintadas na cor escura.

3. Ampliar ou reduzir ambientes

O uso de cores frias em um espaço, como o azul, violeta e verde passam a sensação do ambiente se tornar mais amplo. São cores mais tranquilizantes e que  "refrescam" o espaço. As cores quentes, como o vermelho, amarelo e laranja, tornam o espaço visualmente menor. Além disso, são cores estimulantes e mais alegres.


4. Disfarçando ou valorizando objetos

Quando temos a intenção de disfarçar objetos em um espaço, basta pintarmos a parede com cores próximas do mesmo. Já quando a intenção é destacar um mobiliário ou adorno, devemos pintar a parede com cores contrastantes com aqueles. Mas cuidado para não fazer um "carnaval" na sua composição: deve-se ter um bom senso na escolha destas cores!


Móveis, paredes e adornos em um mesmo tom.
Contraste entre móveis, adornos e paredes.


E aí, gostaram das dicas??
Semana que vem tem mais post bacana!!!

Um grande abraço a todos!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Designer do mês: Walter Gropius!

Em nosso primeiro post do ano de 2011, vou apresentar a vocês o arquiteto e designer Walter Gropius, que foi um dos mais notáveis arquitetos da chamada Arquitetura Moderna e o grande fundador da primeira metodologia e escola de design, a famosa Bauhaus.


Walter Gropius (18/05/1883 - 05/07/1969), filho e neto de arquitetos, nasceu em Berlim, na Alemanha. Estudou arquitetura em Munique e em Berlim  entre 1903 e 1907 e, após seus estudos, trabalhou durante dois anos como assistente de Peter Behrens, um dos arquitetos e designers mais influentes da Alemanha e um dos fundadores do Deustcher Werkbund

O Werkbund foi uma organização cultural alemâ fundada em 1907 por um conjunto de artistas e personalidades do meio industrial e produtivo, motivadas pela consciência da necessidade de criação de um novo repertório figurativo para os produtos industriais. Em outras palavras, buscava a colaboração da arte com a indústria, da busca de novas formas aos produtos mais simplificadas (abstratas), funcionais e tipificadas, sem ornamentos desnecessários e sua facilidade na produção em série.

Em 1910, Gropius estabeleceu sociedade de arquitetura com Adolf Meyer (1881-1929) e tornou-se membro do Werkbund. Os sócios constroem em 1911 sua primeira obra em estilo moderno, que é o projeto para a fábrica Fagus, em Alfeld. 



Primeira obra conhecida e em estilo moderno de Gropius e Meyer. A fábrica Fagus é considerada uma arquitetura funcional, com adoção de uma estética nova e voltada para a produção em massa.


 Sofá e cadeira com braços desenhadas em 1911, para o hall de entrada da fábrica Fagus. Estrutura de madeira ebanizada e assentos e costas estofados com tecido.


Em 1919, Gropius funde a Bauhaus, a primeira escola de desenho industrial moderno. Um dos princípios estabelecidos por esta escola desde sua fundação era "a forma segue a função", e a partir desta filosofia foi-se definindo um estilo próprio, no qual seus produtos eram extremamente funcionais, despidos de ornamentos e econômicos, cujos protótipos saiam de suas oficinas para a execução em série na indústria.

Em 1925 a escola muda para Dessau, ocupando um prédio desenhado por Walter. O arquiteto deixa a escola em 1928. Após ameaça do governo nazista contra as idéias da escola, em 1934 Gropius emigrou para a Grã-Bretanha, onde trabalhou em sociedade com o arquiteto E. Maxwell Fry (1899-1987). Enquanto esteve em Londres, trabalhou para a empresa de Jack Pritchard, a Isokon, onde foi nomeado chefe de design em 1936.

 
Edifício da Bauhaus em Dessau. Projeto de Gropius.





Produtos desenvolvidos por Walter Gropius na Bauhaus. Observe a estética inovadora e simplificadora dos produtos com relação à época em que foram criados.

Em 1937 emigrou para os Estados Unidos e tornou-se professor de arquitetura na Universidade de Harvard. Gropius morre em Boston aos 86 anos de idade.

"Os edifícios de Gropius refletem o mais puro estilo da Bauhaus, já que são construídos com materiais novos, que lhes conferem um aspecto moderno, desconhecido naquela época. Suas fachadas são lisas, de linhas claras e carecem de elementos ornamentais desnecessários."*

 Residência de Gropius, 1938, Lincoln, MA. As formas arquitetônicas são bem no estilo modernista, com uso de  formas simplificadas, cores claras e janelas em fita. Os interiores mantêm a linguagem da arquitetura, com móveis em formas simples e materiais inovadores, como o aço, o couro e a madeira emplacada e faz uso de ambientes integrados. Estas propostas arquitetônicas e dos interiores se mantêm até hoje.

Edifício MetLife, em Nova York, EUA. Concluído em 1963 por Gropius, possui 60 andares e está entre os 50 maiores arranhas-ceús dos EUA. Nele estão localizados os escritórios mais conceituados do mundo.

Até semana que vem!!!

*Fonte: http://pt.wikilingue.com/es/Walter_Gropius